sexta-feira, 17 de abril de 2020

Perfil


Quando o medo toma os olhos... essa é a beira do abismo, daí vem o vôo ou a queda.

Três dias sem dormir e já não sinto fome
Três horas da manhã com música no fone
Três fases do existir engole a mim mesmo
Três vezes quis sumir, não sei se eram 3 mesmo

Amigos virarem números já não me assusta
O medo na verdade é os números virarem nomes
Sumindo em noite fria em que os olhos não fecham
O poço é uma merda, não sei como isso cessa
Fechar algumas feridas que a luz trouxe pra mente
Abrir o peito amargo, o corte é  recente
As dores do passado refletem o futuro
O medo do futuro refletindo agora
Que hora é a partida em que vive um minuto
Segundo que decide o drama da partida

Mordo minhas próprias pernas, sou herói ou monstro?
Mordo minhas próprias pernas, sou herói ou monstro?

Amigo imaginário, um real inimigo
Não falo de vocês, falta capacidade
Não sei se compreende o que estou sentindo
No dia em que entender, talvez seja tão tarde
Mas estarei acordado sentindo ir embora
Não sei se o daqui de dentro ou o do mundo a fora.