terça-feira, 3 de novembro de 2020

Pra mim mesmo


 


Queria fazer mais love songs, mas tenho amores frustrados

As vez por mim mesmo, cheio de defeito, erros no acerto e um frio no peito

Que me queima como pedras de gelo, passa o tempo e vejo que com o passar dos anos não estou pronto pra mim mesmo

Talvez o eu de agora admire o artista que fui, vai ver o eu de antes nem escute o eu de agora

Onde a alma entra em crise, cria dano irreversível onde a mente implora

Onde a gente decola?

Onde seres desistem?

Onde sente deslize?

Onde sempre existe...

Razões do que se foi numa vertente distante

Num instante que ecoa

E essa capa não voa

Ressonância a toa

E quem são as pessoas?

Que me gritam pra pular dessa marquise enquanto salvo cada uma delas

Uma vida em telas

Tão geladas quando o corpo em que me encontro preso...

domingo, 21 de junho de 2020

Liberta



Atire o primeiro erro em pedras que aponta o dedo
Murro em ponta de faca ou cego num tiroteio
Do tiro retiro o ódio, a afronta do oprimido
Não busque o que não encontra em doses de comprimido
Liberte a sua mente, aqui não é matrix
Governo fede a lixo entraves Pablo remix
Sofrendo luta diária de dia em noite densa
A tarde passou a hora da vida que é intensa
Matar leão por dia é pra Daniel na cova
Aqui matamos monstros que Quiron já pós à prova
Da trova que trava língua na intenção do bardo
No barco com alguns piratas, no labirinto o fauno
Dédalo fugiu com o filho deixando Minos e Tauro
O grande arquiteto que dança em madrugadas
Menor de oito anos vagando com duas quadradas
Talvez meu liricismo seja tudo viagem
Agradece e vaza findando essa passagem
De carmas em camas castas
Dos cascos mil carapuças
Pulsando marca em cartas
Coringas que reis expulsa...

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Perfil


Quando o medo toma os olhos... essa é a beira do abismo, daí vem o vôo ou a queda.

Três dias sem dormir e já não sinto fome
Três horas da manhã com música no fone
Três fases do existir engole a mim mesmo
Três vezes quis sumir, não sei se eram 3 mesmo

Amigos virarem números já não me assusta
O medo na verdade é os números virarem nomes
Sumindo em noite fria em que os olhos não fecham
O poço é uma merda, não sei como isso cessa
Fechar algumas feridas que a luz trouxe pra mente
Abrir o peito amargo, o corte é  recente
As dores do passado refletem o futuro
O medo do futuro refletindo agora
Que hora é a partida em que vive um minuto
Segundo que decide o drama da partida

Mordo minhas próprias pernas, sou herói ou monstro?
Mordo minhas próprias pernas, sou herói ou monstro?

Amigo imaginário, um real inimigo
Não falo de vocês, falta capacidade
Não sei se compreende o que estou sentindo
No dia em que entender, talvez seja tão tarde
Mas estarei acordado sentindo ir embora
Não sei se o daqui de dentro ou o do mundo a fora.

segunda-feira, 16 de março de 2020

Farol

Como te esquecer se ainda te vejo em tudo?
Se os dias sem sua presença faz da dor um absurdo
E me perco em mim mesmo afogado na falta
Ausência dos seus sorrisos e o brilhar das tuas sardas
O cheiro de um mar de cachos tão cuidados com zelo
Tua pele junto a minha e um contraste em pêlo
Das marcas em seus peitos ao vazio na cama
Das horas que nunca passam aos dias de filme
O brilhar dos teus olhos e o desejo do mundo
Um pequeno grande universo que esteve entre meus braços
Abraços que me salvaram dos dias de naufrágio
O barco da minha vida que se afoga nas águas
Você farol que acende em meio a tempestade
Saudade da sua mensagem "me encontra mais tarde"
Quem sabe um outro dia esse dia nos cabe
Quem sabe não mais viria e só seja um delírio
Da mente fragmentada de um louco varrido

sábado, 14 de março de 2020

Novo Jezz

Me sinto fragmentado em um corpo fechado
Disfarço cordialidade entalhada em olhares
Meus olhos traem meus disfarces
Em frases que citam fases que me perco em mares
Um oceano de palavras e nenhuma me cabe

Teu nome arde em meu peito, crise de ansiedade
Teu nome arde em meu peito, crise de ansiedade

A cama se encontra fria, é você quem aquece
Horas viravam dias, você muda meu tempo
A cama está tão fria, quente o nosso templo
Horas viravam dias, coisas que não esquece

Se era pra ser passado, por que é tão presente?
Presente seria agora cê não ser tão ausente
Em vias que me perdia me encontrava em suas pernas
Vai ver nunca perdia teu sorriso meu guia
Diria que perderia pra ter paz nessa guerra
Espalho coisas no quarto tipo você fazia

sábado, 29 de fevereiro de 2020

Pólvora



Pílula vermelha amplia realidade
Nave invade o planeta, caravela rouba e parte
Do descobre dor Cabral, alcunhas do arremate
Formatar novo hino, repôr a integridade
Os Cunhas roubam dinheiro, aos Cunhas que fingem choro
Decaptar cabeças é pouco nesse decoro
Quantias são inválidas quando tempo é o que importa
Quais dias que continha quando ser te põe a prova
Pólvora queima meu povo, projéteis que farda aprova
Desafio sob fogo onde a vida é menor que nota
Anota placa por tempos que acende a descendência
Ancestrais emanam gritos na era da decadência

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

O peso de ser só


Não se trata de solidão física e ou relações interpessoais, mas sim do quanto ser só mais um, pesa para a pele preta. O ep. inicia com a faixa "Crepúsculo dos ídolos" que já abre uma gama do quão difícil é iniciar um projeto (seja artístico ou de vida), pois nada lhe parece bom por entender que só por ser preto já tem que ser mil vezes melhor que você mesmo. Em seguida vem a faixa "Musa (dois lírios)", o nome é dado pela dualidade entre ser só mais um relacionamento entre pessoas ou ser o seu relacionamento com sua inspiração e senso criativo que está a beira de uma crise por todo o seu próprio questionamento do quão bom aquilo de fato é. Aqui chegamos a faixa "Sinal vermelho", que conta com a incrível participação de Ederx e, é tratado como a coletividade tem se baseado em interesses e descarte entre os próprios criadores, dos quais trata-se como iguais em palavras, mas não vivem o que de fato diz, assim terminando em estatísticas.
O gancho deixado pela música anterior constrói a cama da quarta e última música que tem o nome de "Os outros homens" e questiona o que de fato ainda move o ser criador, pondo em prova o cotidiano periférico do artista negro, é exposto seus dramas, amores, traumas, questionamentos e por fim analisado e julgado de forma fria em ambientes que ainda não nos sentimos parte de fato.

Todas as faixas tem instrumentais de Alisson Anjos(Anjxs), captação, mix e masterização de Eder Cruz (Ederx). A capa foi desenhada por Alisson Ramos (Acredite Ramos) e desenvolvida de forma digital por Vinícius Nabuco (velhonabs) e o video de apresentação editado por Yuri Guimarães.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Jantar com os Deuses

Em meio ao caos
Criei um casulo de rochas fortes
Da sorte um sorriso, buscando norte
Papéis rasgados que limpam corte
Cidade em chamas
Os demônios interiores dançam lá fora
A chuva ácida não é a mesma
Outr'ora jantei com Deuses
Hestia manteve o calor da lareira
Os outros eram desprezíveis, pois os criei
Tão semelhante ao ser que sou
Tão inconsequente
E se queimar a carne for menos doloroso
Que a alma queime...
Que seja chamas antes de Caro te cobrar as moedas
Pois da cobrança essa é a menor
O que de fato faz pra si?
O que de fato... Faz pra si?
Então faça você mesmo por você é só...
Só sou...
Ser sol e então arder antes de apagar.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Linhas livres

Por onde caminham as certezas?
Um dia ruim pode mudar toda uma visão de vida, pode quebrar laços e fazer tropeçar nas próprias pernas, trazer dores tão incertas que a única certeza é de quem sente. É como se fossem essas linhas escritas pra si mesmo com a dúvida se algum dia serão lidas ou lembradas... Versos são como pessoas.
Cada palavra traz um sentido dentro do que cada um vive e existem olhos que expressam as escolhas de palavras nas frases como se fossem passos, encontra-se beleza nesse olhar que almeja futuro.
Humanos sonham ter asas pra voar, mas com os pés no chão se alcança vôos mais altos e reais, geralmente você acredita que ter retorno com seu trabalho é um sonho simplesmente porque te dizem que isso não é trabalho de fato, mas no fim das contas quem paga as contas pelas suas escolhas?
De que vale a frustração de não viver o que quer?

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Pra mim mesmo


Queria fazer mais love songs, mas tenho amores frustrados
As vez por mim mesmo, cheio de defeito, erros no acerto e um frio no peito
Que me queima como pedras de gelo, passa o tempo e vejo que com o passar dos anos não estou pronto pra mim mesmo
Talvez o eu de agora admire o artista que fui, vai ver o eu de antes nem escute o eu de agora
Onde a alma entra em crise, cria dano irreversível onde a mente implora
Onde a gente decola?
Onde seres desistem?
Onde sente deslize?
Onde sempre existe
Razões do que se foi numa vertente distante
Num instante que ecoa
E essa capa não voa
Ressonância a toa
E quem são as pessoas?
Que me gritam pra pular dessa marquise enquanto salvo cada uma delas
Uma vida em telas
Tão geladas quanto o corpo em que me encontro preso.