sábado, 28 de novembro de 2015

Sobre o dia que não terminou...



Talvez o mínimo de atenção fizesse diferença, não por mera carência, existia um desespero por perder o chão, eram pensamentos ruins que assolavam a alma, era a falta de ter com quem contar num ano difícil.
Talvez um alguém que sempre pode conversar sobre tudo fosse o bastante pra desabafar e quem sabe chorar em um abraço, quem sabe por mero favor porque sempre que pude e até quando não podia me fiz presente mesmo que pra ouvir reclamações de relacionamentos passados... Mas hoje não, hoje o dia não termina em diálogos, abraço e choro pra depois sorrir, talvez por ego (ou sabe-se lá porque) foi o dia de terminar só com o espírito destroçado, o coração partido e algumas cápsulas que nunca conseguiram fazer efeito.
Esse dia foi difícil, mas se parar pra pensar ele ainda perdura, pois é um dia que não chegou ao fim.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Suor



De todas as cores que a vida me deu
O cinza frio em peito finca
Estaca de aço, afiada e fria
Temor na pele, a sensação morreu
Do amor, as dores
As marcas de guerra
Clamor e chagas
Afaga a face mãos castas
Seca as lágrimas de cego olhar
Do ser pensante ao impensável conforto de ser
Do existir em si que teme o terror do fim
De tudo o que vive, és vida assim?
Talvez seja a lama que aterrou o céu
Talvez as águas que batem com força nas pedras
Ou mesmo anjos e demônios estejam em guerra
Pois no fim do dia a alegria se esvai
Mas no fim da noite em sol virá, a luz
Seja o calor que o peito aquece elevando a alma
Seja o suor que desce em árduo trabalho, a calma.

sábado, 22 de agosto de 2015

Caminho


Rodeado nessa selva de pedra o que nos cabe é caminhar sempre acreditando em dias melhores e no que há por vir. São singulares escolhas que nos abrem passagens para o enxergar além, usar um colírio e abrir a alma pra chegada dos cosmos desse mundão.
O "Caminho" é longo, tortuoso e cheio de armadilhas, mas com a fé nos ancestrais que regem, protegem e guardam o mundo, seguimos essa caminhada incessante que dá sentido a vida.
Um "Caminho" que abre em diversas vertentes e nos obriga a escolher, mas então quando nos colocamos em meio as coisas e não no centro delas, percebemos que toda a luta foi além do nosso querer e sim uma demonstração de quem realmente guia.


Artista: Alisson Ramos (Acredite)
Trilhas: Colírio - Forfun | Yellow fever - Fela Kuti
Participações: Lucas Barreto/ Luna Lorena/ Gildomar (Mr. Barbosa)
Produção: Blue Diamond Filmes
Todos os Direitos Reservados © - Blue Diamond Filmes ™

terça-feira, 28 de abril de 2015

Sobre esses dias...



Talvez uma tigela de saudade seja muito pouco para cada café da manhã, creio que me banho em tanques dela. Os dias cinza trazem a sensação de ser cada vez mais esquecido, mas traz a certeza de que cada boca que falou "conte comigo", foi apenas por falar. Não que seja uma obrigação, mas de que valem palavras boas?
Talvez o sentido não esteja em cada vazio que se tenta preencher bebendo, fumando ou fingindo ser feliz naquele lugar que você gostava de ir, mas que faz tempo deixou de fazer sentido. Quem sabe é só mais uma dança com a vida, na qual ela vai te dar outra rasteira e deixar-te em qualquer lugar imundo, obscuro e com a sensação de vazio.
A chuva lá fora leva almas com tal força arrebatadora que mal posso compreender, como minh'alma destruída por sonhos, fracassos e promessas ainda permanece presa aqui. Viver de ser o que pode dar certo já não me cabe, nessa maldita selva de pedras eu vejo um céu blindado de cinza, nessa inverno adiantado o desgaste do corpo transforma em inferno as perdas da vida.
E sobre todo esse tempo ganho ou perdido me encontro no mesmo lugar de antes, mas sem muitas das minhas mais importantes coisas que me faziam sorrir só por existir...

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Casa



Onde há amor
                  Em ti faz casa de paz
No peito torna feliz
            Na morada.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Enquanto (encanto)



Lindos olhos que atraem o mais firme jogador
Sinuosa beleza que poesias esconde
De dias tão perto e coração longe... A via
Em vias distantes do mesmo ambiente, amigos e sons
Desmonta as armaduras do cavaleiro errante que não sabe como avançar
Uma sereia de canto encantador... Encanta
Um canto de vozes que partem do olhar me toca a pele
E fere a coragem que um dia foi forte
E os meus olhos vermelhos e riso frouxo resumem-se a contemplar
A beleza da menina que vive tão perto em mundos distantes...

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Aqui estou mais um dia



Por cada dia passado
De sonhos que descansam em paz
Da paz mesmo em dia amargo
O doce do céu que me traz

Afago de mãos covardes
Os calos que já não dói
Lugares distantes que chegam
Ou solidão que destrói

As noites quentes sem sono
Os passos que corre em vão
Do vôo cego ao alto?
Perdidos em escuridão

Da ponte que corre o rio
Caminhos que não cabem mais
O silêncio que precede o caos
Transforma homem em animais

E daqui posso ver ao longe vidas vazias, tão vazias quanto os meus dias de ócio em que tento simplesmente rabiscar um papel em branco, rio por desenhar bobagens e fingir ser esboço...

É só mais um dia comum de quem finge pensar para mentir não sentir.