quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Jantar com os Deuses

Em meio ao caos
Criei um casulo de rochas fortes
Da sorte um sorriso, buscando norte
Papéis rasgados que limpam corte
Cidade em chamas
Os demônios interiores dançam lá fora
A chuva ácida não é a mesma
Outr'ora jantei com Deuses
Hestia manteve o calor da lareira
Os outros eram desprezíveis, pois os criei
Tão semelhante ao ser que sou
Tão inconsequente
E se queimar a carne for menos doloroso
Que a alma queime...
Que seja chamas antes de Caro te cobrar as moedas
Pois da cobrança essa é a menor
O que de fato faz pra si?
O que de fato... Faz pra si?
Então faça você mesmo por você é só...
Só sou...
Ser sol e então arder antes de apagar.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Linhas livres

Por onde caminham as certezas?
Um dia ruim pode mudar toda uma visão de vida, pode quebrar laços e fazer tropeçar nas próprias pernas, trazer dores tão incertas que a única certeza é de quem sente. É como se fossem essas linhas escritas pra si mesmo com a dúvida se algum dia serão lidas ou lembradas... Versos são como pessoas.
Cada palavra traz um sentido dentro do que cada um vive e existem olhos que expressam as escolhas de palavras nas frases como se fossem passos, encontra-se beleza nesse olhar que almeja futuro.
Humanos sonham ter asas pra voar, mas com os pés no chão se alcança vôos mais altos e reais, geralmente você acredita que ter retorno com seu trabalho é um sonho simplesmente porque te dizem que isso não é trabalho de fato, mas no fim das contas quem paga as contas pelas suas escolhas?
De que vale a frustração de não viver o que quer?

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Pra mim mesmo


Queria fazer mais love songs, mas tenho amores frustrados
As vez por mim mesmo, cheio de defeito, erros no acerto e um frio no peito
Que me queima como pedras de gelo, passa o tempo e vejo que com o passar dos anos não estou pronto pra mim mesmo
Talvez o eu de agora admire o artista que fui, vai ver o eu de antes nem escute o eu de agora
Onde a alma entra em crise, cria dano irreversível onde a mente implora
Onde a gente decola?
Onde seres desistem?
Onde sente deslize?
Onde sempre existe
Razões do que se foi numa vertente distante
Num instante que ecoa
E essa capa não voa
Ressonância a toa
E quem são as pessoas?
Que me gritam pra pular dessa marquise enquanto salvo cada uma delas
Uma vida em telas
Tão geladas quanto o corpo em que me encontro preso.