quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Uma corda de doido

Lá de terra tão distante
O distante mesmo longe
Adualdo Severino
Tem paciência de monge

Negro de cabelo branco
Simpatia em pessoa
João Batista Silva Neto
Ganha pouco e ri à toa

Forasteiro e andarilho
Branquelo de sangue quente
Antonio Lima e Farias
Gosta de uma agua ardente

Lá na casa dos cem anos
O sorriso é sua sina
Dona Maria Socorro
Tem lembrança de menina

Requenguela e perna seca
Mas tem força e saúde
Altamira Barros Neves
Na feira toca alaúde

Observo todo povo
Que mora no meu sertão
Com tanta história bonita
Que me dá inspiração





* O segundo verso é uma cópia da música Mariá do Forfun.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

E o meu peito...

... machuca com o movimento dos espinhos das flores que para ti guardei.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Sou Nós



Onde se perdeu o último olhar, ou a última frase?
A distância cruel que assola a alma do destemido Deus da guerra, que lutou por dias em chamas e não mais sente o fogo que ardia o coração. Em qual curva morreram as juras, em que imagem estática dos sorrisos perderam-se os laços? No fim as quedas pra fortalecer, desvirtuaram o que de linda havia.
Não existe um eu individual, pois todos são feitos de nós, pois até o respirar é uma troca, cada milésimo de segundo é uma eterna e infindável transição.
As idas e vindas fizeram voltas, as voltas doídas e sofridas que apertam o ser, desata num apenas existir o qual a saudade de dias, abraços, beijos, ciume, amassos... Fazem do tempo em que passou, que vivemos e virá (ou jamais) permanecermos nós.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Vida



Sabe os sonhos?
Pois é, eles escorregam por nossas mãos de tal forma que não percebemos quando a alma vai embora junto com todos eles. Quando simplesmente deitar e dormir por anos, séculos, ou vidas se torna mais vital que respirar e não se encontra mais em qualquer parte manchada do seu reflexo no espelho...
Quando o mundo desmorona em suas costas, costas calejadas do tanto que apanhou, sofreu e aguentou toda a carga com tal força que se vão a cada segundo que se força a manter-se respirando, a cada lágrima derramada no escuro em que ninguém te vê. Quando você mais precisa, ninguém te vê.
Todo um universo sonhado pro agora e pro que poderia vir, se destrói em milésimos de segundo e pesam em cada palavra engasgada, em cada palavra não dita, em cada olhar apagado pela distância.
No mundo onde os fracos não tem vez, eu entrego a vida o que a ela pertence, deixo de ser, talvez ainda continue a existir, mas nunca se sabe o que está por vir no segundo após um ponto final.

sábado, 5 de julho de 2014

O canto da sereia



Por mais uma vez seus olhos meus, olhar que não disfarça, que fixa no que deseja e mostra a alma... Um olhar de ciume com mordida no canto do lábio pra travar o riso de nervoso, um nervoso contido que finda o momento ruim, que escancara a quem te ler os seus maiores medos vindo a tona.
Noites estranhas em que mata o desejo com outros corpos, em outros copos e deixa a fumaça aliviar a culpa das noites mal dormidas e das lágrimas derramadas... e por que não falar dos segundos antes de dormir?
Seus olhos ainda não mentem, ao ouvir um nome, ao ler... Ao perceber a presença e sentir-se evitada, mais uma vez a sobrancelha levantou.
Menina, apenas isso, não mais que isso és, tais noites de sexo valem olhares sinceros de amor?
Use da razão enquanto ela fala, apenas isso lhe salva do canto da sereia, nenhuma outra arma lhe trará de volta, mas algumas partes de mim sempre estarão impregnadas no seu ser, no seu dia, no seu pensar, existir, sonhar e amar.
Seria eu o seu melhor ainda?

terça-feira, 25 de março de 2014

Sobre o grande amor que perdi.



Meus olhos ainda vagam pela casa a sua procura, esperando ver aquele sorriso que me fazia valer o dia inteiro, o olhar mais cúmplice que já vi, tal olhar que bastava um segundo e já sabíamos o que o outro pensava. sinto falta de você me chamando pra almoçar, talvez se eu soubesse não demoraria tanto pra ir a mesa. Talvez te respondesse um pouco mais alto pra que sempre ouvisse minha primeira resposta a qualquer chamado seu.
É, o último toque ainda dura em mim, ainda sinto aquele último abraço na cozinha, o último beijo na sua testa numa segunda feira, sempre fiz isso todo dia, sempre fui o bobão dos beijos e abraços a qualquer hora do dia, mas o último toque foi apenas na sua perna esquerda, eu deitado no velho colchão e você sorriu pra me dizer que estava indo, nunca vou esquecer desse último sorriso me dizendo "até mais tarde".
Em minha mente ainda estão presos imagem e voz, as vezes te ouço me chamar e por vezes te vejo naquele cantinho do sofá da sala ou na cozinha sorrindo. Achei fotos sua que nunca tinha visto, chorei, mas no fim sorri com a sua lembrança.
Tem sido tão estranho chegar em casa e não falar " Mãe, tô com fome.", tem sido tão estranho os domingos sem bolo, tem sido tão duro os dias sem você...
Tenho agradecido aos céus cada dia que consigo me forçar a respirar, continuo dizendo que te amo todo fim do dia, continuo olhando pro sofá na esperança de te ver ali deitada sorrindo pra mim e me mandando ir dormir... A tv da sala e a luz continuam ligadas até tarde, só me falta te chamar dizendo que está dormindo e é melhor ajeitar a cama.
Sabe, hoje vejo que me fez o homem mais sortudo do mundo, porque se eles tiveram uma rainha como mãe, eu tive o maior império de alegrias, sorrisos, abraços e verdades.
Posso dizer que não deixamos palavras pra depois, não deixamos abraços pra depois, beijos, carinhos, nada, não nos devemos nada.
E hoje, mesmo doendo, mesmo não mais podendo te ver sorrir sem ser em foto, vou seguir sendo o seu maior orgulho, você nunca escondeu isso de ninguém, então eu seguirei, serei sempre o melhor que eu puder ser, pois sei que pra você sempre fui o número um.
Enquanto houver vida estarei aqui pra afirmar do maior amor que tive, eu quero, eu posso, eu consigo...

Eu te amo.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Por falar...



Dragões em guerra parecem dançar, mas e o ar que me falta... Ah, o ar de ser ás, ai de mim, ser assim, como a água e não apenas o ar. De onde vem tal tempestade que varre a terra anunciando a destruição, que em cada gota marca a pele... E marco o passo contando por vezes cada linha ou curva que piso na caminhada rumo ao nada.
Tantas noites em claro com o cobertor de escudo, tantos monstros em minha direção caminhando sobre cadeiras e espelhos, tantas quedas... Quantas quedas são necessárias?
Avante? Por onde ando ou por onde seguirei?
Desbravar novos horizontes pra ir além da chuva que ainda dói na alma, pois sinto os furos na pele, ainda arde o calor da lança em chamas que me atravessa o peito, bem onde deixei minha armadura cair. Arde a fúria de bárbaro que perde a batalha, mas ainda vejo os dragões dançando nos céus, enquanto desenho círculos no chão...
E por falar em chão, quem roubou o meu quando concentrei-me em respirar?