Apertando botões, ligando engrenagens e movendo uma grande máquina que não pode falhar, uma máquina que desenha e sonha colorido sem parar e sem borracha ou o que quer que seja para corrigir quando existir o erro. Válvulas a mover, motores a gerar força, e um combustível que só termina quando o elixir vital terminar, quando essa máquina não mais funcionar...
Vagalumes piscam, iluminam e transcendem a escuridão de um plano morto e fora da realidade, o som das máquinas permanecem ecoando pela fábrica, pelas ruas e movendo a grande esfera. Tantas formas se movendo, tantos seres brincando de viver, tantos outros morrendo apenas por existir. Milagrosamente os pingos da chuva não enferrujaram tudo, porém a peça que no peito bate é fria como todo o ferro que se disse ser pelas certezas que um dia julgou ter.
Gases são emitidos ao ar, objetos reciclaveis são jogados fora junto ao que é orgânico e assim tudo se encaminha para um fim podre, onde toda a vida é imunda, onde tudo é sujo, onde nada mais é...
Tento me livrar da escuridão, sigo as luzes que piscam por fração de segundos, são luzes de um tom amarelo esverdeado, formam uma trilha, um belo caminho, as luzes da salvação, os pequenos pontos que vão me levar onde sempre quis ir, o caminho rumo a Zion, onde poderei deitar a sombra de uma grande e bela árvore e ver desenho em nuvens.
O sentimento nunca para, os dias continuam a passar, a cada passo uma escolha a mais, a cada sonho uma nova cor e a cada cor...
Sonhe colorido não importando o quão sem cor a sua vida esteja, pois quem colore os desenhos da sua máquina é você.
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