domingo, 5 de setembro de 2010

Tempo.


Sob o sol ardente e pesado da hora que centraliza o dia ele está a caminhar, sozinho e com os pés no chão, pés cansados que tocam a mãe terra acreditando que dela algo de bom virá no próximo passo. Esperança é algo que lhe foi creditado desde o momento em que nasceu, pois seu nome seria aborto, não pelo propósito de ser uma vida a menos e sim pela falta da condição humana de manter um ser a crescer dentro de outro, Esperança que nunca perdeu mesmo, com fome, com sede, sem um tostão furado, sem oportunidades e ainda assim de cabeça erguida, sempre seguindo uma passada após a outra.
Seu destino?
Ele mesmo traçou, nunca esperou por ninguém, nunca dependeu de nada, sempre buscou o que quis, pois sempre soube que quem muito espera por milagre não o faz acontecer. Ele ensinou a muitos com o seu carisma, com a sua simplicidade e mesmo sem saber escrever era chamado de professor; mais uma prova de que respeito tem quem merece e não quem quer.
Ele ainda caminha nesses tempos, muitos não o dão atenção mais, pois os tempos são de individualismo, ganância, maldade, rancor e alienação destrutiva. jovens crescem na pior geração existente onde marginais são chamados de heróis, ser retardado opcional é bonitinho, se vestir nos gostos dos outros é mais legal, não ter personalidade e brigar com os pais é ser rebelde e pior ainda não ter no mínimo um verdadeiro ideal, uma razão, não saber nem o motivo de estar aqui no mundo fantástico dizer que é feliz.
Quando analisar o grande mar logo abaixo da linha do horizonte, o grande céu que um dia foi mais claro, não mais trocar o verde pelo cinza e perceber que aquele velho homem só dá passos a frente, verá que ele passou e tão pouco aproveitou do seu saber.

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