terça-feira, 19 de julho de 2011

De Creta a Ícaria


Voa, bate asas pequena ave, encontra os céus e canta tua liberdade levando o belo som que produz ao além e mais distante, plana ao longe mirando o que está perto, abre o peito ao destino. Analisa a vida aqui em baixo, enxerga os pequenos pontos em movimento bailando a dança dos dias que se repetem, que prende cada ser que vive numa rotina circular e ironiza de quem considera louco.
Sóbrios loucos os que buscam liberdade, libertos de algemas visionárias impostas por uma sociedade que impõe limites para quem quer ver além, para quem pinta o rosto, para quem grita nas ruas, para quem faz arte... Ah, a arte... Tão singular, mas tão infindável, tão bela e variada, tão sem limite e cheia de expressão que mostra que não existe o feio ou o belo e tudo é apenas questão de ângulos.
Cada qual é dono da corrente que lhe aprisiona em ser ou não ser, em existir ou persistir, caminhar... Correr...
Voa, bate asas pequena ave, encontra o rumo que pretende seguir, sem se importar com os dias que se foram, com as regras que virão, liberta-te de roupas, poucas e ergue o teu futuro além de pobres prédios, cultivando o verde que os loucos ainda amam sem temer o branco, vazio branco que está dentro de cidades cinza.
Matizes enebriam a retina em formas livre, o coração embala o voo suave que parece não ter fim, mas afinal, quem é o dono da verdade?

Liberta-te

Um comentário:

  1. como diria uma amiga minha: "Quem não se movimenta, não sente as correntes que os prendem" Rosa

    ResponderExcluir