quarta-feira, 12 de maio de 2010

O corvo


Está tudo tão escuro, mas ainda assim consigo ver perfeitamente, percebo todas as formas e movimentos que vagam na escuridão. Não sinto horror ou medo, pois fui criado assim, filho do bréu, dominador das sombras, dançarino da noite... Ou apenas o solitário corvo.
Transitar soturno na noite é tão angustiante, porém lhe dá a verdadeira sensação de liberdade, ser livre para cumprir seus desejos e vontades, enquanto os outros apenas dormem, permanecer caminhando com Morfeu enquanto os outros são abraçados, enquanto os outros seres viventes deitam.
Minha visão aprimora, meu cérebro fica bem oxigenado, as informações correm e o pensamento flui tão rápido quanto um raio de luz; é incrível como tudo ancontece, como o tempo corre, é deslumbrante como minha solidão tão ímpar me force a criar meios práticos de raciocínio, perfeito ao fazer da minha presa o meu par.
Dizem que o meu gritar traz mau agouro, dizem que caminho com a morte, mas não entendem que grito por ser livre, por ser rei de mim mesmo, por ser tão justo com quem é injusto...
As histórias e mitos não mudam eu eu permaneço como o lorde negro, o príncipe da escuridão, o avassalador de sonhos, o lince negro... O corvo na escuridão.

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