sábado, 17 de abril de 2010

Mais um café...


Mais um café gelado por favor?
Não me serve o quente, pois os dentes doem, causam dor no estômago. Me vale mais se doses de realidade for vendida de forma mentirosa, de um modo que nos mostre uma paz verde, um mundo lindo, novos valores e conceitos e não mais esse amargor de derrotas, explosões e ódio que é vendido de forma tão perturbadora e midiatica naquele quadrado de ilusões que é a televisão.
Por favor com um pouco de leite e apenas uma colher de açúcar.
O leite dá uma sensação maternal as coisas e a colher de açucar é pra cortar o amargo, mas apenas uma colher para que não fique doce demais; sabores mistudarados em uma xícara, parece com a infinidade de novidades que existem no planeta, água e terra, fogo e oxigênio, sol e lua, rico e pobre, negro e branco, seres humanos, seres vivos, homo sapien sem sapiencia, ser irracional com mais senso de raciocínio que o ser pensante, dor, ódio, rancor e por fim o amor.
Um gole e me sinto renovado.
Talvez estivesse do jeito que eu esperava, assim como um dia após o outro, assim como as semanas, os meses e os anos. Pessoas com fome e eu brincando com a minha humilde xícara de café que seria a felicidade no rosto de muitos, que satisfaria a barriga de alguns; que mundo estranho e engraçado, é tudo um tanto turvo, um tanto fora de foco, as pessoas parecem rir de mim e eu nem sei o motivo.
Acabou o café que eu bebia...
E eles ainda estão rindo de mim, eu estou rindo de mim, eu estou rindo de você, eu estou rindo do que?
A realidade me vem quando levanto a mão e novamente grito: Mais um café gelado por favor.

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