Deixei de um dia tenebroso ao abismo
Onde a dúvida ergueu altar profano
Cansado de lutar no mundo insano
Fraco que sou volvi ao ceticismo
Da igreja - a grande mãe - o exorcismo
Terrível me feriu, e então sereno
De joelhos ao pé do nazareno
Baixo rezei em puro misticismo
Oh! Deus, eu creio em ti, mas me perdoa
Se esta dúvida cruel qual me magoa
Me torna infínio, desgraçado réu
Ah! Entre o medo que meu ser aterra
Não sei se vivo pra morrer na terra
Não sei se morro pra morar no céu.
- Augusto dos Anjos
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