terça-feira, 26 de outubro de 2010

Ceticismo

Deixei de um dia tenebroso ao abismo
Onde a dúvida ergueu altar profano
Cansado de lutar no mundo insano
Fraco que sou volvi ao ceticismo

Da igreja - a grande mãe - o exorcismo
Terrível me feriu, e então sereno
De joelhos ao pé do nazareno
Baixo rezei em puro misticismo

Oh! Deus, eu creio em ti, mas me perdoa
Se esta dúvida cruel qual me magoa
Me torna infínio, desgraçado réu

Ah! Entre o medo que meu ser aterra
Não sei se vivo pra morrer na terra
Não sei se morro pra morar no céu.


- Augusto dos Anjos

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